"Uma ótica conciliar": o Concílio Geral na visão de Fernando Fliper

Por Fernando Fliper – Suplente Leigo da Delegação Conciliar da REMNE -     19º Concílio Nacional da Igreja Metodista no Brasil)

    O Concílio Nacional da Igreja Metodista no Brasil, que aconteceu na cidade de Brasília, dos dias 09 a 17 de julho do corrente, trouxe às lentes de todos/as, anseios por uma igreja missionária.  Foram dias maravilhosos, onde o Senhor se fez presente no meio da igreja.   

    A priori tivemos a análise do Plano Nacional Missionário que fora endossado pela fala do Bispo Adriel: "Não estamos aqui no Concílio por causa da burocracia, estamos aqui por causa da missão". O Plano dita as ações da Igreja Metodista para os próximos anos, dentre as metas podemos citar a preocupação da igreja quanto o meio ambiente e a urbanização. 
 
     Mister se faz ressaltar, que a união entre todas as delegações foi um diferencial no conclave, a saber quando da aprovação da primeira proposta em relação ao tema acima explanado. Partindo da 1ª Região Eclesiástica, esta fora exaltada pelo Rev. Ronan Boechat de Amorim, delegado da mesma, que em sua palavras afirmou: “Toda a Igreja estará envolvida na tarefa missionária de anunciar o Evangelho a todo povo brasileiro e abrir igrejas, se não em todo, pelo menos, em boa parte dos municípios. Estou extasiado com a aprovação desta proposta” -  “A gente superou a velha concepção das Regiões Eclesiásticas como sendo uma espécie de ‘feudo’, onde elas trabalhavam sozinhas e isoladas. Conseguimos aprovar esta proposta onde derruba-se todas as fronteiras através da possibilidade de parcerias missionárias. Não criamos apenas a possibilidade, mas decidimos que o trabalho em parceria é o nosso futuro e a vontade de Deus para nós”.

          Outro momento de carga emotiva expressiva no Concílio foi a homologação do Título de Bispo Emérito ao Bispo Adriel, que fora antecedido pela leitura de uma carta justificativa para a citada condecoração, encaminhada pela delegação da 3ª RE, com o apoio de todas as delegações.   
     Entendo, como conciliar, que a atmosfera espiritual que envolveu o conclave, teve por navegar nos veios da Palavra de Deus ministrada pelo Bispo mexicano Raul Garcia, onde a igreja pode repetir em voz uníssona e refletir muitas vezes que: “A Visão de Deus é a missão da igreja, e a missão da igreja é a minha missão”.   

     No quarto dia do Concílio Geral, tivemos a Eleição para o Colégio Episcopal. Amados/as, como queria que todos/as os irmãos/as de nossa região estivessem na plenária, pois os meus olhos, apesar de embasados pelas torrentes lágrimas que não cessavam, contemplaram a maior confirmação ministerial, quando da eleição de nossa Bispa Marisa no primeiro escrutínio, e o fervor emotivo de todas as delegações ao cumprimentá-la (ficou até difícil nossa delegação chegar até ela).     
        
     Como escrutinador, foi muito tenso e ao mesmo tento prazeroso, principalmente nessa votação, pois estavam em minhas mãos os votos de toda uma nação metodista tecendo um tapete de esperança de toda uma região (REMNE). Foram 91 “GLORIA A DEUS” expelidos com fé e a certeza de que assim como o Apostolo Paulo orientou a Igreja de Filipos, Deus confirmou naquele lugar que “…Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).   

     Essa mesma assembleia conciliar ainda presenteou a REMNE, através de nossa delegação, com a aprovação da proposta de autonomia da mesma, tendo como surpresa e alegria, a postura das outras delegações quanto a permanência da cota missionária enviada a nós (REMNE) sendo que, 80% (oitenta por cento) da mesma permanecerá como está e 10% (dez por cento) serão destinado a criação de um fundo missionário para ajuda na autonomia de nossa região. Sobre isso, vejamos o que o Rev, Dilson explanou: “É um grande desafio para nós nordestinos, mas estamos sensibilizados pela união, visão missionária e pela aprovação da proposta no Concílio. Este é o nosso caminho e faremos de tudo para que em dez anos a REMNE se torne uma Região Eclesiástica”, (Presbítero Dilson Soares Dias, delegado da Região Missionária do Nordeste).    

     Na quinta, dia 14 de julho, começamos como fora costumeiro nos outros dias, a devocional diária, sendo que nessa manhã, participamos da Mesa do Senhor, através da Santa Ceia. Fui convidado, como representante da REMNE, para conduzir, na abertura da devocional matutina, a plenária em Oração de Gratidão a Deus, bem como para ser membro do Louvor e ainda, com gratidão e apresso, substituir o Ir. Helder Bastos na bancada de Delegado Titular do Concílio.   

      “DÁ-ME UM CORAÇÃO IGUAL AO TEU”! Essa afirmativa definiu toda a manhã na devocional matutina na sexta-feira. Os Louvores, dirigidos pelo Maestro Quico Fagundes, com hinos maravilhosos que edificaram os conciliares, conduzindo-nos para o recebimento da Palavra de Deus por intermédio de nossa Episcopisa Marisa Freitas. Uma palavra abençoada tendo como texto base o Evangelho de Marcos, capítulo 1º, versículos de 31 a 38, que se me permitem sintetizá-la, a faria com uma frase dita pela Reverendíssima Bispa: “Deus é tudo, a vontade D’Ele é a minha vontade” . Na certeza do direcionamento de Deus, a Episcopisa, convidou todos/as para fazermos da vontade de Deus nossas vontades, finalizando com mais uma bela frase exortativa: “Não seja um “Pedro” na minha vida, deixe-me ir até Jerusalém”.

     Ainda nesse mesmo dia, a liderança da Igreja Metodista, através de uma proposta feita pelo delegado clérigo José Pontes Sobrinho, da 4ª Região, fora impulsionada a pedir perdão pelos erros cometidos contra nossas instituições de ensino, tudo por conta da amostragem de uma brilhante análise dos membros do CONSAD - Conselho Superior de Administração das Instituições Metodistas, COGEAM - Coordenação Geral de Ação Missionária e Colégio Episcopal. Esse diagnóstico tornou-se proposta e aprovada por 137 votos a favor, 01 abstenção e 09 votos contrários. Ao final todos/as entoaram o cântico “A começar em mim”, provocando muito quebrantamento entre os conciliares.

     O 19º Concílio Geral da Igreja Metodista no Brasil, foi um marco na vida de todos/as ali presentes. Fui muito ministrado naquele lugar, ao ponto de resumir tudo, sem nenhum excesso, em mais uma frase marcante de nossa Bispa Marisa, de que nos disse: “Este concílio está parecendo mais um congresso de avivamento”. Inesquecível, assim posso definir como conciliar a minha participação no 19º Concílio Geral, apesar de uma semana longe de nossos familiares, (certos/as da proteção de Deus para com eles/as) todos/as os que ali estavam naquela ungida assembleia, foram confortados pelo poder do Espírito Santo de Deus.   

     Não poderia também deixar de agradecer toda nossa delegação, que a faço ao externar alegria pela confiança de todos da REMNE por minha indicação e eleição para membro da Comissão Nacional de Constituição e Justiça, feito este que prometo desempenhar como amor e responsabilidade me colocando sempre a disposição dos amados/as irmãos/as.  
 
     Por fim, encerro esse escrito com uma frase quando de uma das minhas reflexões durante o conclave, onde pude constatar que: As lágrimas da saudade teimam em correr no canto do olho, mas a esperança na Missão de Deus as enxugava, reidratando nossa vontade de servir (Fliper).