fonte: Rev. Ivan Carlos Costa Martins
As crianças carregam a história, as tradições, a cultura, a fé. Elas representam ao mesmo tempo continuidade e novidade; elas são memória e esperança. No reino de Deus as crianças tem lugar especial! Por isso, na espiritualidade bíblica as crianças aparecem como exemplo: das pequeninas vêm o perfeito louvor (Mateus 21.12-16); para entrar no reino é preciso se humilhar como uma criança (Mateus 18.1-5); e em nenhum sentido devemos impedir que elas se aproximem do Senhor, ao contrário, em nome do Senhor devemos abençoá-las (Marcos 10.13-16). Portanto, é evidente a preocupação com as crianças. Não deveria ser diferente na igreja. Porém, hoje, presenciamos um grande número de violências contras crianças. Vemos na televisão, lemos no jornal, ouvimos nas esquinas as absurdas histórias de violências, que nos chocam profundamente.
A Organização Mundial da Saúde(OMS) estima que, em 2002, cerca de 53.000 crianças entre 0 e 17 anos de idade foram vítimas de homicídio; segundo as últimas estimativas da Organização Mundial do Trabalho(OMT), no ano 2000, 5.7 milhões de crianças realizavam trabalhos forçados ou em regime de servidão, 1.8 milhões estavam envolvidas na prostituição e pornografia; 1.2 milhões foram vítimas de tráfico. Em 16 países em desenvolvimento analisados no âmbito de um Inquérito Mundial sobre Saúde realizado nas escolas, a percentagem de crianças em idade escolar que afirmaram ter sido vítimas de bullying (intimidação verbal ou física) na escola nos 30 dias anteriores à entrevista oscilava entre os 20%, em alguns países, e 65% em outros. Segundo o estudo, as crianças que se encontram em centros de detenção são frequentemente vítimas de atos de violência por parte do pessoal da instituição, por vezes como forma de controle ou castigo, na maior parte dos casos por infrações menores. Em 77 países, os castigos corporais e outras formas de punição violentas são aceitas como medidas disciplinares legais em instituições penais. Claro que todos os dados ainda são preliminares, especialmente aqueles ligados à violência familiar, que não são divulgados ou denunciados.
Toda violência contra criança é um ataque ao seu desenvolvimento emocional, psíquico, físico e espiritual. E, infelizmente, a maior parte das violências contra crianças vêm de pessoas que deveriam cuidar delas e da própria sociedade que se omite. Crianças são indefesas e dependentes, carentes de amor, cuidado e educação. E o mais importante: a maneira como nos relacionamos com as crianças será fundamental para a forma como elas se relacionarão com Deus. As crianças são as herdeiras do reino de Deus! O reino pertence às crianças! É o exemplo concreto da graça que nos alcança antes mesmo de nossa compreensão acerca do agir de Deus em nosso favor. Por isso, em caso de violências contra crianças, disque 100.
Aquele que oferece por sacrifício ações de graças me glorifica; e àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.
SALMOS 50.23