Perdão da última hora
Há uma situação durante a crucificação de Jesus que apenas o evangelho de Lucas relata. Trata-se dos dois malfeitores crucificados juntos a Jesus (Lucas 23.39-43). Ao colocar Jesus na cruz entre dois malfeitores as autoridades queriam ainda mais envergonhá-lo. A igreja viu nisto o cumprimento da profecia: “... Visto que entregou a si mesmo à morte e foi contado entre os criminosos...” (Isaías 53.12).
Os ladrões são pessoas completamente diferentes, como diferentes também são seus destinos. Um dos malfeitores unia-se àqueles que zombavam de Jesus: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós”. O outro, porém, defendia Jesus: “Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Nós pagamos por nossos atos; Ele é inocente”.
A inocência de Jesus é um aspecto central do texto de Lucas e da fé cristã (1Pedro 2.22). Enquanto o primeiro com seus insultos revela sua falta de fé e de compaixão; o segundo o repreende. Um dos ladrões não olha para si mesmo, insulta a Jesus e em sua incredulidade pede um sinal de satisfação do seu sofrimento momentâneo. O outro olha para si mesmo e busca arrependimento: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres com teu reino”. Cada um dos ladrões parece ter uma imagem de Jesus: “Não és tu o Cristo [ou Messias]?”, pergunta o primeiro. Era o título religioso com base no qual os judeus acusaram Jesus.
E a grande contradição para a religião judaica: um Messias (ou Cristo) crucificado! Já o segundo ladrão reconhece Jesus como Rei - “... Quando vieres com teu reino”. Título político, e com base nele as autoridades judaicas o entregaram aos romanos. O pedido do ladrão é impressionante: “Lembra-te de mim...”. Como crer num crucificado? E ouve de Jesus “Hoje estarás comigo no paraíso”. Aqui está representada toda humanidade. Diante de Jesus crucificado há duas posições: aceitação ou rejeição.
Nunca é tarde para voltar-se a Jesus! Os braços abertos de Jesus para acolher o ladrão estão pregados na cruz.
Por ocasião da morte e ressurreição de Jesus Cristo,
Ivan Carlos Costa Martins, pastor da REMNE
Torre forte é o nome do Senhor; para ela corre o justo, e está seguro.
PROVÉRBIOS 18.10